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Blog da Arco Informática

18 de Maio de 2016 - 09h27

O que está sendo feito para melhorar a internet brasileira?

Desde sua chegada ao Brasil em 1995, a internet nacional avançou bastante, mas ainda há muito o que se fazer em termos de infraestrutura.

Reprodução
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A polêmica do corte da banda larga fixa inflamou os brasileiros com acesso à internet, mas a insatisfação com a qualidade do serviço é antiga e uma das principais críticas diz respeito à lentidão da conexão. Segundo a empresa Akamai, o Brasil ocupa somente a 88ª colocação no ranking global de velocidade da internet banda larga com conexão média em 4,1 Mbps. Na liderança está a Coreia do Sul, país que tem velocidade média de conexão de 26,7 Mbps. Ficamos devendo até para a média global: 5,6 Mbps.

Desde sua chegada ao Brasil em 1995, a internet nacional avançou bastante, mas ainda há muito o que se fazer em termos de infraestrutura. A instalação de fibra óptica é um exemplo do desafio operacional. O processo é lento e está disponível somente nas grandes cidades, atendendo a uma pequena parte da população, enquanto regiões como Norte e Nordeste sofrem os danos causados por uma conexão precária.

Como os equipamentos são caros e, muitas vezes, precisam ser importados, não há investimento suficiente na implementação da infraestrutura em regiões menos urbanizadas, o que contribui com a desigualdade de acesso à rede que existem entre as regiões do país.

A infraestrutura é fundamental para garantir internet de qualidade e a preços acessíveis. Na Coreia do Sul, que lidera o ranking de velocidade de acesso, o governo deu início em 1995 a um amplo projeto visando o investimento massivo no país inteiro. O resultado mostra que a estratégia deu certo: vinte e um anos depois, 84% da população é conectada, sendo 80% através da banda larga.

O governo coreano também facilitou a entrada de empresas que desejavam investir neste setor, criando um ambiente de negócios com competição acirrada que beneficiou o desenvolvimento da rede no país. Ainda hoje existem políticas de incentivo fiscal para que o preço dos planos seja reduzido, uma realidade diferente da praticada no mercado brasileiro.

De volta ao Brasil

Outro desafio enfrentado pela internet brasileira é a atualização de padrões de endereços. Boa parte dos dispositivos ainda funciona no padrão IPv4, que permite um total de 4 bilhões de endereços diferentes. Como a quantidade de aparelhos com acesso à internet aumentou – graças aos smartphones, tablets e smart TVs, e tende a aumentar mais ainda com a Internet das Coisas – é preciso atualizar para um novo padrão, no caso o IPv6. Dispositivos mais novos já funcionam apenas com IPv6, enquanto outros, mais antigos, ainda têm só IPv4.

A boa notícia é que tanto o governo quanto as empresas privadas demonstram interesse em prover melhorias para a internet. Apesar de ser muito criticado, principalmente no que se diz respeito a neutralidade, privacidade e responsabilidade na rede, o Marco Civil da Internet, em vigor a partir de junho, é uma tentativa de trazer avanços importantes para o ambiente online nacional, estabelecendo direitos e garantias dos usuários.

Entre as suas propostas, o Marco Civil prega que a qualidade da conexão esteja alinhada com o que foi contratado junto às operadoras e que elas estejam proibidas de vender pacotes de internet pelo tipo de uso. Além disso, o documento cita que nenhuma empresa poderá criar barreiras para algum tipo de conteúdo com qualquer tipo de interesse financeiro. Outra proposição do Marco Civil da Internet é a simplificação e o esclarecimento dos contratos das operadoras, de forma que elas informassem aos internautas como funciona a coleta e armazenamento de dados, registros de conexão e acesso.

Projetos e mais projetos

Mais recentemente, o Ministério das Comunicações anunciou o plano Brasil Inteligente, que pretende interligar 70% dos municípios com fibra óptica, além de elevar a velocidade de conexão das escolas. A expectativa é que os novos cabos submarinos capazes de conectar o Brasil aos Estados Unidos, Europa e África reduzam os custos de conexões em 20%. Além disso, entre o final deste ano e início do ano que vem, deve ser lançado o satélite brasileiro Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas – ele irá cobrir todo o território brasileiro e conseguirá oferecer internet para os pontos mais afastados.

No setor privado, os investimentos são principalmente voltados para pesquisas. Claro e a Ericsson firmaram parceria, junto com a Universidade Federal do Ceará, para iniciar pesquisas e testes da conexão 5G no país, de olho na próxima geração da internet móvel, que deverá mudar radicalmente a experiência do usuário, com mais velocidade e qualidade no acesso. Mas é preciso paciência, pois os primeiros celulares equipados para a tecnologia deverão surgir apenas em 2020.

Paralelamente aos esforços do governo e das empresas, o NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), responsável pelo Registro.br, que cuida da distribuição dos domínios “.com.br”, afirma reinvestir o dinheiro obtido com taxas de registros em inciativas como a operação dos pontos de troca de tráfego, os estudos sobre o uso da Internet no Brasil do CETIC.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), as ações de segurança e as cartilhas do CERT (Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil), e os cursos de IPv6. O grupo ainda distribui o Simet Box, um equipamento que analisa a qualidade da Internet.

Apesar dos projetos, o setor de Telecom e o governo precisam entrar em um acordo para conseguir oferecer melhores serviços e preços para os consumidores brasileiros. Não só por questões de consumo do dia a dia, mas também para incentivar o avanço tecnológico do país.
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